Estou bastante instigada pelos cursos e seminários que tenho participado e pelo envolvimento que temos tido nas questões de gênero, além das sempre óbvias leituras.
Me peguei pensando nas últimas atitudes tomei em relação ao meu cabelo. Cabe um parênteses: sempre revoluciono minha cabeça, literalmente. Faço cortes diferentes, mudo muito os comprimentos e eventualmente mexo na cor. Se fosse acreditar que mulher quando mexe no cabelo está passando, ou buscando transformação radical eu seria uma radical. Não é o caso.
Há poucos meses cortei o cabelo curto. Não satisfeita em poucas semanas cortei mais curto. Há cerca de duas semanas descolori. Fiquei me indagando se é minha forma de encarar meu desejo de multi expressão. A maneira de mostrar no visual e ser reconhecida como pessoa de mais idade
(tenho 55), mas de plena energia, agilidade e capacidades, sendo ativa, com condição de esforço e força e questionando muito. Disposta a saber do novo e quem sabe desfrutá-lo.
O corte “joãozinho” demonstrando minha capacidade de assumir desejos sejam quais forem que me derem na “telha” nesse momento, nessa idade ou em qualquer outra, ou qualquer que seja. Possibilitando plenitude e satisfação.
Me faço vista, independente da minha ação, mas me posicionando capaz inclusive de não agir. Porque é o que eu quero.
Por Simone Lima